Na última sexta-feira (24/04), houve um momento de registro da memória da TV OVO. O funcionário público, Flávio Odair do Carmo Rodrigues, contou suas lembranças de quando integrou a equipe da TV. A entrevista faz parte de uma série de depoimentos das pessoas que fizeram ou fazem parte da entidade desde o seu surgimento, em 1996, até hoje. Os depoimentos farão parte do livro sobre os 20 anos da TV OVO que deverá ser lançado em 2016.
Flávio era ainda menino quando começou a frequentar as oficinas de vídeo da região Oeste, nome que deu origem à sigla da TV OVO. Na época, lembra que as atividades eram realizadas na garagem da casa de Paulo Tavares, idealizador do projeto, que ficava na Vila Caramelo. “A gente ia ao mesmo tempo conhecendo a técnica de produção de vídeos e a sociedade. Era um mundo novo pra nós tu poder produzir algo e ver a repercussão”, diz Flávio.
Para o funcionário público, as oficinas eram uma expectativa para os adolescentes, de terem uma profissão, de dar oportunidade de conhecimento a jovens sem perspectivas. O fato mais marcante de sua participação na TV OVO (que foi de 1996 até 2001), foi a sua primeira produção realizada fora da garagem da casa de Paulo. O trabalho consistia na produção de um vídeo praticado com os estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e, segundo ele, “era um momento novo, e sobre um assunto desconhecido” (veja o vídeo no final do texto).
Além disso, outro aspecto que Flávio ressalta é a influência que as oficinas tiveram na sua vida, ao fomentar o interesse de participar de movimentos culturais e sociais. Exemplo disso foi o gosto que criou pelos debates realizados no Otelo Cineclube, momento em que tinha a oportunidade de discutir e trazer observações sobre o cinema junto com outras pessoas que possuíam o mesmo encanto.
Poder dialogar com pessoas que vivem numa realidade distinta da sua e enxergar que na sociedade há situações que chocam, mas, em contrapartida, ver que existem pessoas comprometidas com o desenvolvimento da sociedade foram questões que levaram Flávio do Carmo Rodrigues a seguir nas oficinas. “Você fazia trabalhos que te complementam como cidadão e as portas que foram abertas pra mim no mercado de trabalho tem muito a ver com a minha participação na TV OVO”, afirma ele.
Texto: Cibele Zardo