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Lançamento da websérie “Na Cozinha com Fiorella”, coprodução da TV OVO e realização de Denise Copetti Produções.

Produção audiovisual local, santamariense, baseada no espetáculo teatral “A Venda (2016), com recursos de acessibilidade, muito protagonismo feminino e um olhar atento e crítico à produção de alimentos com uso excessivo de  agrotóxicos, sem o cuidado necessário com a saúde do consumidor e do meio ambiente. Assim é a websérie “Na Cozinha com Fiorella” (2022)!

Para assistir e conhecer as sinopses dos episódios: Polenta, Produtos Orgânicos, Comercialização e Tecnologia e Vida no Campo confira a nossa playlist no  Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=jt0bqGKq1FI&list=PLHgjtFjZWUeArGP34-Y8599853DTC8CdN, aqui você encontra os 4 episódios com e sem interpretação em libras, uma ação afirmativa que proporciona acessibilidade às pessoas com deficiência auditiva. Os episódios também estão disponíveis no nosso Instagram e no nosso  Facebook, acesse: https://www.facebook.com/tvovosm, https://www.instagram.com/tvovosm.

Fiorella e sua polenta raiz nas gravações do primeiro episódio da websérie.

Janaina Castaldello atriz e professora de teatro por formação trabalhou como produtora e diretora de arte na série e ressalta a representatividade feminina e o diferencial da produção para a sua trajetória profissional, para Santa Maria e para o âmbito audiovisual. “Num cenário protagonizado predominantemente por homens, como no audiovisual, e sendo nova nesse meio, percebo a relevância desse projeto ser executado por uma equipe composta na maioria por mulheres. Contando com uma mulher na direção de vídeo, uma mulher como protagonista da série, e a equipe da produção que também é composta por mulheres. Além de ser uma série que fala sobre a terra, comida de qualidade, agricultura familiar, agroecologia, dentre outras coisas, é uma produção que afirma a potência feminina, dando espaço sem sublinhar nada, só deixando as potências de cada uma atuarem, livres, como tem de ser”, ressalta Janaina.

Parte da equipe protagonizada por mulheres ajustando os últimos detalhes pré-gravação.

A produção tem direção audiovisual de Neli Mombelli e direção de cena de Laédio Martins. As personagens que guiam as histórias durante os 4 episódios migram do teatro para o audiovisual, Fiorella (Denise Copetti) e Francesca (Camila Borges) nascem no palco, no espetáculo dirigido por Laédio: “A Venda” (2016) e hoje, neste projeto, desbravaram novas linguagens, aventuraram-se no audiovisual, ampliando seus espaços para o fazer refletir, para o contar histórias, para a multiplicação de mensagens.

De forma leve, com linguagens teatrais como a Commedia Dell’arte e elementos da comicidade “Na Cozinha com Fiorella” surpreende, diverte e informa, abordando temáticas semelhantes ao espetáculo que a deu origem como as novas tecnologias em um contexto rural, as redes sociais, os transgênicos, a monocultura, as sementes crioulas, o abandono do campo, entre outros pontos. Neste contexto temos a personagem Francesca, uma guria jovem do interior que vai estudar na cidade grande mas volta com muitas ideias diferentes, inovadoras, saudáveis e rentáveis para o negócio do pai. Volta vislumbrando um futuro com essa ideia da produção orgânica e diversificada dos alimentos, quer instalar uma antena para ter internet e vender online, quer qualidade, praticidade e rapidez nas entregas. E ela consegue tudo isso. 

A partir da trajetória da Francesca é possível inspirar muitas e muitos jovens do campo a permanecer nas propriedades rurais, agregando trabalho, ideias e cultivando as tradições familiares. Denise Copetti chama a atenção para a história da personagem e conta que a partir do perfil de Francesca: “buscamos provocar e incentivar o jovem que gosta do campo a permanecer, não precisa sair do interior para crescer, pode continuar na propriedade, tem tecnologia, tem acesso ao conhecimento pela internet, tem como produzir no interior, tem como se manter, tem como estudar”, exemplifica Denise Copetti proponente do projeto e atriz interpretando Fiorella. “Queremos também desromantizar a vida no campo, muita gente se mudou para o interior na pandemia, buscando sossego, mas é importante dizer que o trabalho é árduo, se quer comer tem plantar, botar a mão na terra, como a própria Fiorella diz: “o lavoro é bruto,” – completa Denise.

Fiorella e Francesca caracterizadas e prontissímas para mais um dia de gravação.

Camila Borges, atriz, pesquisadora e professora universitária conta que assim que recebeu o convite para participar do projeto de sua parceira de trabalho e de amizade Denise, aceitou na hora. Para ela, resgatar as personagens lá de 2016 e transportá-las para o audiovisual com suas pautas e essências se mostrou um processo muito enriquecedor, potente e desafiador. “O audiovisual se torna mais democratico que o teatro, chega muito mais ao público, pela facilidade da  internet tem uma abrangência maior. Com essa produção foi possível fortalecer as nossas linguagens artísticas: trabalhar o desafio de sair de um espetáculo, já adormecido há um tempo e fazer audiovisual, outra linguagem, junto de uma temática que é extremamente relevante. Sinto que cumprimos com o nosso papel social, levar, discutir e fazer pensar sobre o uso de agrotóxicos, sobre a produção de orgânicos, sobre a quantidade de alimentos que comemos. É necessário tornar isso tudo cada vez mais consciente para a população, tanto para quem consome, quanto para quem produz e salientar que os pequenos produtores rurais vão ter cada vez mais espaço no mercado porque a população gradualmente se dá conta que deseja uma alimentação e uma vida mais saudável. Ao assistir a websérie refletimos sobre formas mais saudáveis e sustentáveis de vida, pensamos sobre fortalecer as feiras orgânicas, buscamos possibilidades como resistência, como luta pelo veto dessa liberação massiva do uso de agrotóxicos cada vez mais nocivos a nossa saúde”, ressalta Camila (Francesca).

Denise conta que os desafios para a produção foram muitos, sua parceira de cena engravidou em meio ao processo das gravações e se tornou mãe, a equipe também precisou lidar com o contágio, com a Covid-19, muitas vezes sendo necessário cancelar gravações, atrasar diárias por conta de alguém do elenco contaminado ou por precaução. Por ser uma série proposta em tempos pandêmicos fortalece ainda mais a ideia de transmitir uma mensagem que incentive um modo de vida mais saudável, já que na pandemia precisávamos estar ainda mais fortes e atentos a nossa imunidade.

Para Janaiana a temática dos alimentos orgânicos, da agricultura familiar, da sustentabilidade estarem no audiovisual, na  ficção, de forma didática e informativa é de extrema relevância: “no Brasil temos 4.644 agrotóxicos liberados para uso, um número alto e desesperador. Temos 33,1 milhões de pessoas passando fome. Uma crise de comida num país que produz tanto, em abundância. Com mais de quatro mil venenos espalhados pelas plantações a fora, que tipo de comida nós comemos? E por que eu tô falando isso? Porque “Na Cozinha com Fiorella” traz esse debate para o jogo, comida sem veneno, comida de qualidade, comida do pequeno produtor, economia solidária (as feiras), são trabalhos como esses que fortalecem o debate, trazem a discussão à tona. De maneira poética e divertida Fiorella passa por essas questões, então poder trabalhar com aquilo que acredito é um privilégio imenso. Promover uma discussão ética sobre a natureza e tudo o que provém dela é de extrema importância, já que estamos passando por uma crise climática mundial. Acredito que o trabalho, como todo trabalho artístico tem essa função social, de questionar, trazer sugestões para que transformações possam de fato acontecer, – reflete Janaina.

Taís Garcia, agricultora e empreendedora do Santa Feira foi nossa parceira e abriu as portas de sua propriedade rural e do seu negócio focado na produção de alimentos orgânicos, para fazermos as gravações. Além disso, ela fez uma participação especial na série, junto de sua filha Elena de 7 anos, “foi uma experiência maravilhosa, apesar de não ter muita intimidade com as câmeras a equipe foi muita simpática e atenciosa nos deixando a vontade e o fato de estar gravando “em casa” e poder mostrar um pouco do nosso espaço e do nosso trabalho também foi muito gratificante”, conta Taís.

Taís assim como Janaina ressalta a importância e relevância da série audiovisual, “toda ação para informar é válida e em tempos atuais a websérie é uma proposta maravilhosa! É necessário informar cada vez mais a origem dos alimentos que consumimos, que vem da agricultura familiar e também sobre a importância de consumir alimentos agroecológicos/orgânicos pois os benefícios são para quem consome, quem cultiva e para o ambiente. Acredito muito no poder da informação para fazermos escolhas conscientes e é assim que a Santa-Feira busca fazer sua parte, informando sobre a importância da agricultura orgânica, da agroecologia, do consumo local e da agricultura familiar. É um trabalho de formiguinha quando caminhamos “contra a maioria”, muitas vezes nos desmotivamos mas fazemos parte de um grupo maravilhoso de agricultores da Feira Orgânica Ana Primavesi com famílias que trabalham há muitos anos e, mesmo diante de muitas adversidades, conseguimos seguir nos motivando diariamente” – relata Tais. 

As personagens Fiorella e Francesca conhecendo a propriedade de Taís Garcia, agricultora e empreendedora do Santa-Feira.

Depois de tantos relatos e reflexões vocês não vão deixar de assistir essa série repleta de pontos positivos, né? Se você ainda não se convenceu se liga no resumo da websérie: Fiorella e Francesca ficam famosas no Youtube, formam uma dupla e tanto, Fiorella se torna reconhecida na internet e Francesca sua parceira de bastidores e negócios entende dos melhores, takes, ângulos e edições, é videomaker e publica na internet os vídeos de Fiorella. Juntas elas transformam a venda do pai de Francesca na Boutique da Horta, lugar de vendas saudáveis, práticas e tecnológicas.

Camila Borges (Francesca), deseja vida longa ao projeto e que sejam apenas os primeiros episódios de muitos. Os integrantes da produção relatam que o espetáculo “A Venda” ainda tem muitas histórias, assuntos e personagens que podem se transformar em material audiovisual. O espetáculo apresenta uma família de feirantes que enfrenta peripécias para superar os desafios de se manter atuante e competitiva no mercado, em meio a tudo isso também nos deparamos com conflitos de gerações, busca pela manutenção da tradição da agricultura familiar,  a inclusão das novas tecnologias no cotidiano rural, entre outras aventuras.

Denise também partilha o sentimento de que muitas histórias baseadas no espetáculo “A venda” ainda podem ser contadas. “Ficamos muito felizes quando acaba uma produção e colocamos ela pra ser vista, para ter retornos. É muito bom quando finalizamos mesmo tendo muito assunto ainda para abordar. Agora temoesse produto para trabalhar, retrabalhar, seguir com ele em frente e quem sabe fazer novos episódios. É preciso continuar falando das coisas de forma leve e não deixar de falar daquilo que é importante pra gente. Tem aí muito assunto pra produzir e explorar,” afirma Denise.

Neli Mombelli, diretora da produção, com as atrizes e Taís Garcia, agricultora e empreendedora do Santa-Feira

Este trabalho teve um grande envolvimento de artistas e produtores audiovisuais de Santa Maria, muitos atuantes no mercado há mais de uma década. Juntos reinventaram processos e criaram um novo palco, migraram do teatro para as câmeras, mesclaram linguagens e agiram pela criação e manutenção de espaços para oportunidades artísticas e financeiras. Camila Borges conta que ela como Francesca e Denise como Fiorella puderam partilhar muitas trocas profissionais e afetivas se fortalecendo enquanto artistas nos momentos de juntas criarem e estruturarem o projeto, as ações para o texto, as ideias de enquadramento, e o estudo e resgate das personagens, por exemplo.

Camila ainda completa: “o legado dos nossos primeiros episódios, tem essa intenção, fazer refletir, pensar, tomar consciência de que as políticas públicas não estão voltadas para o cuidado com a saúde, mas sim voltadas à produção desenfreada e sem critério, causando o envenenamento da população”.

Esta websérie faz parte de um Projeto Cultural realizado com recursos da Lei 14.017/2020 – Lei Aldir Blanc. Aprovado no edital PRODUÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL DE SANTA MARIA, da Secretaria de Município da Cultura e tem realização de Denise Copetti Produções, com coprodução da TV OVO. Além dos episódios audiovisuais, o projeto também conta com intervenções artísticas de Fiorella e Francesca em  3 escolas localizadas em Santa Maria.

Agradecemos a todos e todas os/ as envolvidos e envolvidas: 

Personagens

Denise Copetti (Fiorella)

Camila Borges (Francesca)

Roteiro

Laédio Martins

Denise Copetti

Camila Borges

Direção Audiovisual

Neli Mombelli

Direção de Cena

Laédio Martins

Produção Executiva

Copetti Produções

Produção

Denise Copetti

Janaína Castaldello

Paulo Tavares

Neli Mombelli

Direção de Fotografia

TV OVO

Alan Orlando

Direção de Arte

Janaína Castaldello

Neli Mombelli

Caracterização | máscaras

Ateliê do Comediante | Laédio Martins

Figurino

Laedio Martins e Paulo Brasil

Desenho de Som

Victor Mascarenhas

Hud Garcia

Evandro Depiante

Trilha Sonora Original

Marcelo Schmidt

Edição | Finalização

TV OVO

Divulgação

TV OVO

Tayná Lopes

Identidade Visual

Isabela Michels

Heitor Leal

Tradução em Libras

Grace Mendes 

Participação especial

Taís da Silva Garcia

Elena Garcia Bolzan

Feirantes da Av. Roraima

Laédio Martins

Geni Lovato Berguer

Agradecimentos

Armazém do Chico

Niliane Heckler Mombelli

Chico Mombelli

Francine Nunes

Liciane Brun

Luciano Gabbi

Jader Guterres

Guilherme Senna

Marcos Borba

Por: Tayná Lopes 

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