A primeira edição do Assimetria – Festival Universitário de Cinema e Audiovisual realizado entre os dias 14 e 16 de maio na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi sucesso de público e de produções. Foram exibidas 32 produções, de 56 inscritas, divididas nas categorias ficção, documentário e experimental. Além disso, circularam mais de 160 pessoas entre os dois pelas sessões que iniciavam às 14h30 e encerravam às 17h.
O festival premiou o melhor filme eleito pelo júri popular e os melhores filmes em cada uma das categorias, sendo o júri técnico composto pelos professores José Cláudio Castanheira (UFSC), Maria Cristina Tonetto (UFN), Gilvan Dockhorn (UFSM) e pelo professor aposentado Luiz Carlos Grassi.
Na categoria ficção, o vencedor foi o filme Sob o Signo de Escorpião (2017, 16’27”), dirigido por Nathan Luchina, produzido no curso de Cinema da UFSC. A narrativa traz características de suspense, já enunciados na sua sinopse: Virgínia levanta, faz um drinque, escreve. Um envelope sem remetente e de conteúdo misterioso perturba o seu dia.
Na categoria experimental, o vencedor foi Ansiedade (2017, 5’), dirigido por Bernardo Schmitt, também do curso de Cinema da UFSC. A sinopse descreve a obra como um documentário experimental que explora a ansiedade nas ramificações da sociedade moderna.
E nas categorias documentário e júri popular, o premiado foi Metamorfoses (2017, 15’), de Natália dos Santos Beck, produzido no curso de Produção Editorial da UFSM. Conforme a sinopse, o documentário trata a tatuagem como um mecanismo de expressão do indivíduo através do corpo, abordando os temas expressão visual, identidade e arte. Conduzida pela narração poética, a obra é composta por depoimentos de tatuados e tatuadores, performance artística, videoarte e trilha sonora autoral incitando um novo olhar sobre a tatuagem, a body art e a body modification.
Ainda, o curta A Bailarina (2017, 2’40”), inscrito na categoria experimental, de Lucas Argenta, produzido no curso de Desenho Industrial da UFSM usando a técnica de rotoscopia, recebeu menção honrosa. A Bailarina constrói-se na expectativa nostálgica de uma menina que ao rever objetos de seu passado, encontra uma caixinha de música que a envolve em um sonho de infância não realizado, o de se tornar uma bailarina.
Dos 32 filmes selecionados, 8 eram da categoria experimental, 6 documentários e 18 da categoria ficção. Cabe ressaltar ainda, dentro desse universo, os mais votados no júri popular. Dentre os cinco primeiros lugares, com exceção do primeiro, Metamorfoses, que é um documentário, os demais são todos da categoria ficção.
O segundo lugar mais votado foi i13.9 (2017, 1’), com direção de Matheus Fighera, acadêmico de Desenho Industrial da UFSM, que trata da reação do terceiro mundo à catástrofe nuclear. Já o terceiro lugar, Astronauta (2017, 11’), de Theo Tajes, do curso de Realização Audiovisual da Unisinos, conta a história de um menino e seu pai, que vivem em um enorme ferro velho. A mãe (e esposa) os abandonou há muitos anos. Um dia, o menino encontra um capacete de astronauta em meio aos destroços e decide se aventurar mundo afora atrás de sua mãe.
Empatados com o quarto lugar estão Drago e Karma. Drago (2018, 12’), dirigido por Alan Orlando, acadêmico de Produção Editorial da UFSM, trata do ser em colapso. Silva é só mais um transeunte em crise existencial. A sua relação com um edifício da cidade é o plano de fundo para sua briga interna. Já Karma (2016, 7’34”), produzido no curso de Jornalismo da UFN, com direção de Victor Mosttajo, traz o drama de um taxista aposentado, que sozinho em seu carro, se prepara para acabar com a própria vida. Pouco antes de dar o último suspiro, uma memória o faz relembrar da noite que o levou até aquele ponto. Aquela foi a noite de sua ruína, mas também o seu maior momento de altruísmo, seria isso o suficiente para o impedi-lo de desistir de tudo?
O festival integrou a programação do 6º Fórum Arte, Cinema e Audiovisual, que é realizado pelo Mestrado em Artes Visuais (PPGART), Centro de Artes e Letras (CAL) da UFSM, Laboratório de Pesquisa em Arte Contemporânea, Tecnologia e Mídias Digitais (LABART), Cineclube da Boca e da TV OVO, com parceria de professores do curso de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Além do festival, o fórum contou, na segunda, 14, com uma mesa sobre Festivais Universitários, com a presença de Célia Mello (UFSC) e Kitta Tonetto da (UFN), e uma mesa sobre Produção de Festivais e Mostras com a Irit Batsry (FUSO/Portugal) e Ana Lígia (MIS/SC), além de uma oficina de documentário de 14 a 16, chamada de Poética da Realidade, que foi ministrada pelo cineasta uruguaio Gabriel Szollosy.
Por Fernanda Marques e Neli Mombelli