Ser empreendedor no Brasil não é tarefa fácil, e as dificuldades são ainda mais evidentes quando falamos dos empreendedores culturais. Com essas dificuldades em mente, a TV OVO realizou, no dia 11 de outubro, um Workshop de Capacitação para a Lic/SM, contrapartida do projeto Por Onde Passa a memória da Cidade, incentivado pela lei. A oficina foi ministrada pela atriz, produtora cultural e colaboradora da TV OVO, Denise Copetti, e contou com a presença de pessoas de diversos segmentos culturais da cidade.
Com mais de 10 anos de experiência como empreendedora cultura, Denise respondeu as dúvidas dos presentes e explicou passo a passo como preencher cada um dos
documentos obrigatórios. Dentro das quatro horas de duração da oficina, todas as etapas para a submissão de um projeto foram destrinchadas, desde o processo de elaboração; inscrição; aprovação; captação de recursos; gestão e prestação de contas. Leila Gomes de Moura, cocriadora do blog Mulheres Donas de Si, estava presente e falou sobre como a burocracia imposta pelos órgãos públicos e a falta de orientação dificulta a formulação de um projeto. Ela destacou, também, a importância de iniciativas como essa, que se prontifica a instruir e esclarecer tudo sobre a complexa Lei de Incentivo à Cultura. Por mais que existam barreiras e complicações com a Lic/SM, Leila acredita que não é difícil conseguir apoio na cidade. “Para a produção do nosso documentário nós conseguimos o apoio de 35 empresas indo diretamente nos locais”, comenta. O documentário Mulheres Donas de Si: Celebrando a Vida foi produzido em parceria com a TV OVO e lançado em 2015.
Para Luiz Genro, diretor geral da Associação de Veículos Antigos de Santa Maria (AVASM), as dificuldades não se resumem a parte burocrática da Lic. “O difícil mesmo é encontrar doadores, a maioria já apoia outros projetos”, relata ele. Outro problema apontado pelo diretor geral da AVASM é o baixo retorno financeiro que o empreendedor cultural recebe, já que a maior parte dos recursos captados vão exclusivamente para a produção ou investimentos no projeto. A burocracia e a dificuldade em se explicar a Lei de Incentivo à Cultura de forma clara e simplificada para a população acaba por fazer o caminho inverso, distanciando as pessoas ao invés de incentivá-las à doar. Ações como essa talvez sejam a ponte para reverter a situação e ajudar a cidade cultura a reaver o título.
Por Valdemar Neto