Outro roteiro, outro destino, outra equipe, mas o objetivo se mantém o mesmo: descobrir, ouvir e registrar histórias por meio da produção de documentários. Não saímos em busca de lugares famosos, cinematográficos e mágicos, mas, em cada cantinho que vamos, é possível encontrar muita magia e encanto nos detalhes dos cenário, nas pessoas, no modo de vida, nas estradas… E falando em estrada, o ritual de juntar toda equipe, conferir o material técnico, revisar o carro e sair desbravando os distritos ao redor de Santa Maria se encaminha para o fim. Esta é a última produção, que incursiona o interior, prevista pelo projeto Por Onde Passa a Memória da Cidade, financiado pela Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria.
Transformamos em vídeo parte da história do distrito da Boca do Monte, de Santa Flora, de Arroio Grande, de São Valentim; trouxemos a cultura e as memórias do distrito de Palma em outro documentário. Santo Antão, Arroio do
Só e Passo do Verde também fazem parte do projeto de representar histórias em documentários. São nove distritos, imaginem o quanto de histórias para contar?! O Por Onde Passa a Memória da Cidade é uma forma de despertar e registrar as memórias dos moradores, contar e recontar a vida do local a partir de uma colcha de retalhos em que cada personagem social colabora com suas recordações, sonhos e anseios. Elabora-se a cartografia identitária do lugar e se faz uma recuperação histórica por meio de fragmentos de lembranças sentidas e contadas em forma de filme.
Dessa vez quem será contado é Pains, um distrito criado no dia 18 de junho de 1861, na época sediado em São Pedro do Sul. Hoje, localiza-se na parte central de Santa Maria, aos fundos da UFSM, e tem crescido como espaço urbano pelo número de indústrias instaladas e pela especulação imobiliária. Para entender o distrito, muita pesquisa vem sendo feita. A equipe de produção trabalha junto dos diretores Alexsandro Pedrollo e Heitor Leal, que dão o tom do estilo e da narrativa da produção.
Alan Orlando, integrante da equipe, é responsável por fazer algumas imagens nas diárias de gravações e pela edição do filme ao fim do processo. Ele conta como são as fases para o nascimento de um documentário: “Na pré-produção e pesquisa é feita a prospecção do lugar para elaborarmos uma ideia audiovisual para a obra. Esta fase compreende levantamento de informações, fontes e personagens. Além da pesquisa em material bibliográfico, vamos para o distrito conversar com as pessoas de lá para saber in loco as histórias e mapear pessoas para as gravações. Depois temos a produção, em que são feitas as gravações de imagens do distrito e entrevistas. Normalmente temos quatro diárias de gravações. Por fim, vem a edição e a finalização”, relata Alan.
A equipe já circulou pelo distrito durante dois dias fazendo o levantamento de pré-produção, material que vem dando forma à escaleta do documentário. Para Alan, é sempre empolgante estar envolvido numa produção como essa: “Nós saímos de manhã cedo e só voltamos de tardezinha. Compartilhar momentos assim com meus
colegas de TV é importante para aprender mais sobre audiovisual, fazer o que amamos e fortalecer nossa amizade. São muitas aventuras, nos divertimos muito! Gosto de poder ajudar de alguma forma nessas produções da TV”,
reflete o jovem amante do audiovisual.
Por Tayná Lopes