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No dia da madrugada mais fria do ano, o sol esquentou a tarde de Santa Maria. A praça Saldanha Marinho, local onde ocorre a Feira do Livro da cidade, ficou repleta de visitantes. A terça-feira foi diferente de um dia da semana qualquer, já que diversas pessoas aproveitaram o dia com temperaturas amenas para um passeio ao ar livre, além de curtirem o feriado do Dia do Trabalhador.

Perto da praça de alimentação, uma estrutura para teatro foi montada para que uma apresentação com fantoches fosse realizada para as crianças – o que não impediu os adultos de também gargalharem com as peripécias do ”Contos da Carrocinha”. Os leitores curiosos puderam passear pelas duas dezenas de bancas de livros, que percorrem o começo do Viaduto do Berh até a frente da Casa de Cultura de Santa Maria.

O feriado do Dia do Trabalhador, que para muitos fez parte de um descanso prolongado, colaborou para que o local se enchesse de visitantes. Muitos trabalhadores estavam aproveitando o dia em família. Outros, no entanto, estavam trabalhando. Atores, pipoqueiros, cozinheiros, varredores de rua, livreiros e tantas outras profissões não tiraram o dia de folga.

Assim como esses trabalhadores, outros personagens que trabalham estão presentes nas histórias à venda na Feira do Livro. A TV OVO, querendo homenagear os trabalhadores, perguntou a alguns frequentadores da Feira do Livro quais eram os personagens trabalhadores que eles mais gostavam.

Quando questionado sobre algum personagem que seja trabalhador, o estudante de Filosofia na UFSM Leonardo Coser logo disse: Josef, de ”O processo”. O livro escrito por Franz Kafka conta a história de um bancário, funcionário exemplar, que é denunciado e chamado para ser interrogado. O livro foi lançado em 1925 e já foi adaptado para o cinema. Laura Wottrich, professora de Comunicação em um curso técnico, lembrou de um livro escrito por Ecléa Bosi, onde a autora escreve as memórias de diversos aposentados. Lá, são rememoradas diversas profissões, como empregadas domésticas e jardineiros.

Flávio Nardy, mestrando em História na UFSM, embora não esteja lendo muitos livros de literatura atualmente, lembra de vários personagens trabalhadores. O estudante diz que seu preferido é o livro ”O herege”, escrito por Jack London. O norte-americano fala sobre a desvalorização do homem trabalhador. Flávio também cita o livro que reúne diversos contos do gaúcho Josué Guimarães, O Gato no Escuro, onde há a história de um trabalhador rural que se envolve em um assassinato durante uma ocupação de terras.

O Dia do Trabalhador teve início no final do século XIX como forma de reivindicação para que houvesse a redução da jornada de trabalho para 8 horas, garantia que é acordada até os dias atuais.

Na Feira do Livro você pode encontrar os livros citados na matéria e, caso não tenha, pode encomendar com o livreiro. O evento continua até o dia 13 de maio, domingo. 

Texto e fotos: Júlia Schnorr


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